As Comunidades Terapêuticas tem apresentado um importante papel no enfrentamento das questões relacionadas à dependência química e suas consequências sociais. O trabalho é realizado na expectativa de reabilitação do indivíduo para reinseri-lo na sociedade, partindo da total abstinência de substancias psicoativas e tratamento psicossocial, de modo a promover significativas mudanças na vida de pessoas que vivem em situação de extrema vulnerabilidade social.
Neste contexto, o profissional de serviço social intervém visando a emancipação do sujeito, na perspectiva da promoção ao acesso aos direitos através das Políticas Públicas. A atuação do Assistente Social é articulada interdisciplinarmente com a rede de políticas de saúde, assistência social, educação, habitação, dentre outras que contribuem para o aprimoramento das ações e serviços junto à comunidade terapêutica. Com vista ao exercício da cidadania, reforçam-se estratégias de participação comunitária, intervenções em empresas, fortalecimento de vínculos familiares no processo de restauração da autonomia do ser humano como um todo.
O primeiro contato com o acolhido é através de uma entrevista social, organizado no Plano de Atendimento Singular (PAS), onde é possível observar as principais demandas e necessidades emergências do indivíduo. Sendo assim, é imprescindível uma escuta qualificada do profissional de Serviço Social, para direcionar os devidos encaminhamentos. Geralmente as principais demandas iniciais são focadas na falta de documentos de identificação, questões relacionadas à saúde, situação previdenciária, jurídica entre outras diligências que são essenciais para a dignidade da pessoa humana.
Nas questões familiares, de forma articulada com o corpo técnico da instituição, o Assistente Social acolhe e orienta a família sobre a importância da participação dos mesmos no processo de recuperação do acolhido. Durante o período de internamento, a família participa de rodas de conversas, orientações sobre dependência química e os perigos da codependência emocional, assim como a reinserção social para fortalecimento de vínculos e retorno ao convívio em comunidade.
Ao assistente Social fica o desafio de ocupar seu espaço na Comunidade Terapêutica, tendo em vista “defesa intransigente dos direitos humanos”, que é um dos Princípios Fundamentais do Código de Ética da profissão pautado na Lei 8.662/93 que orienta a práxis do Serviço Social.
Rodrine Patrícia Nascimento Santos
Assistente Social – CRESS/BA 24194